Ok, ok, dessa vez não tem amigo vindo das Américas para explicar a ausência. Nem mesmo a chegada mais do que aguardada dos progenitores, que só aportam por aqui no final da semana, pode me safar dessa. O fato é que ando sem tempo (ou com alguma dificuldade para colocar em sintonia tudo-o-que-preciso-fazer-em-24-horas com os ponteiros do meu relógio). Esse assunto pós moderno já me rendeu muito pano para manga em terras estrangeiras. Se tem uma coisa que vale mais que moeda do lado de cá é tempo e, também, outro derivado do tema: pontualidade. Já teve um tempo que eu achei que essa neurose com o assunto fosse por conta da máxima capitalista de que "time is money" mas depois de discutir o assunto à exaustão entendi que a relação é muito mais nobre do que eu imaginava. Na verdade, se tem outra coisa que vale mais por aqui do que moeda e tempo é a palavra de cada um. O que se fala é "celado", "lacrado" e tem sentido somente literal. Portanto, se você combina uma visitinha na casa de um amigo (mesmo que dos tempos de jardim de infância) às 21.00, não há espaço para reticências. Ele planejará tudo para "evento". O vinho branco na geladeira, a comida no forno, o aperitivo na mesa...tudo scheduled previamente para ser preparado, aberto ou degustado às 21.00. Eu disse às 21.00, não 21.15. Em quinze minutos a comida no forno pode queimar ou a sobremesa de limão pode azedar. Quize minutinhos de atraso (sim, para eles 15 minutos é delay) é um desrespeito ao esforço do tal amigo que planejou todos detalhes para ter um happy time com você. Eu, acostumada ao categórico "passo amanhã na sua casa" que na verdade quer dizer "não passo amanhã na sua casa, mas a gente se vê por aí"...dá para imaginar a confusão que causei por aqui. Tá certo que por ser estrangeira, ou melhor ainda, por ser brasileira, o pessoal pega um pouco mais leve comigo. Afinal, a gente é um povo tão simpático, tão espontâneo, tão divertido que compensa esperar...mas só um pouquinho!
Sep 30, 2008
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